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Os filhos de Arielle

Já escrevi alhures sobre por que Gilead , de Marilynne Robinson, é um dos livros da minha vida. Um episódio hoje me fez voltar a ele. Era madrugada, e eu estava na biblioteca trabalhando no computador, quando de repente minha esposa entra chorando. Dei um pulo da cadeira e perguntei o que tinha acontecido. “Não consigo dormir pensando nos filhos de Arielle”, responde. Desliguei o computador e, enquanto saíamos da biblioteca em direção ao nosso quarto, peguei Gilead  na estante. Ao chegar na cama, após relembrá-la do que trata o livro – uma longa carta de um pastor já velho para o seu filhinho de oito anos –, escolho dois dos meus trechos favoritos.  O primeiro, uma reflexão do personagem, Rev. John Ames, sobre a passagem bíblica de Agar e Ismael: “Essa história me ocorreu enquanto eu estava orando hoje de manhã, e senti nela uma grande segurança. O que se diz, nessa passagem, é que o pai de uma criança não é o único que cuida dela, que protege a sua mãe. Diz inclusive que, mesmo que um